Saturday, January 07, 2006

Na rota dos Impressionistas







Legenda fotos (de cima para baixo, da esquerda para a direita) : A Igreja de Auvers-sur-Oise, obra pintada por Van Gogh em junho de 1890 / O retrato do Dr. Gachet / Quarto de Vang Gogh / Casa onde Van Gogh recebia os amigos, nos fundos do hotel Ravoux / Igreja de Auvers-sur Oise / Paisagem de Auvers-sur-Oise

Situada a 30 km de Paris, Auvers-sur-Oise foi o berço de vários pintores do movimento impressionista. De Van Gogh à Pissaro, passando por Cézanne e Daubigny, essa pequena cidade de ares medievais, guarda ainda os traços dos impressionistas do fim do século XIX.



Andar pelas ruas de Auvers-sur-Oise é uma viagem no tempo. Construída na Idade Média, a cidade guarda construções que datam do século XV, como o “manoir de colombières” que abriga hoje o ofício de turismo e o museu de Daubigny, um dos precursores do movimento impressionista. A paisagem natural, que se extende ao longo das margens do rio Oise, também inspirou os pintores que viveram ou passaram pela cidade. Nao é à toa que a região à qual pertence Auvers recebeu o nome de “Communes de la Valée de l’Oise et des Impressionistes” (Munícipios do Vale do Oise e dos Impressionistas)


Apesar da beleza natural e da riqueza arquitêtonica, a fama da cidade se deve ao pintor holandês Vincent Van Gogh, que viveu ali os três últimos meses de sua vida. Durante esse período, Van Gogh pintou mais de 70 quadros, entre eles alguns de seus mais famosos, como “A Igreja de Auvers-sur-Oise”, de 1890, representada sob um céu azul turqueza, obra exposta atualmente no museu d’Orsay, em Paris. Ou ainda, o célebre retrato do Dr. Gachet, que se ocupou de Vang Gogh até a sua morte. Por isso, não se assustem se caminhando pela cidade vocês tiverem uma impressão de “déjà vu”.


Além de descobrir as paisagens e construções originais que isnpiraram o pintor, vale a pena também visitar o “Auberge Ravoux” rebatizado Casa de Vang Gogh. Foi nesse antigo hotel que o pintor viveu os três ultimos meses de sua vida. O quarto onde Van Gogh morreu depois de sua tentativa de suícidio conserva o mesmo aspecto da época. Tanto Vincent Van Gogh como seu irmão, Teo Van Gogh, estão enterrados no cimitério de Auvers-sur-Oise.


A visita não é, claro, em sentido único. O público é livre para escolher se se limita unicamente à Van Gogh ou se descobre o resto de Auvers-sur-Oise, mais tranquilto e rural.

Monday, January 02, 2006

O Ventre de Paris

Pavilhao das carnes - Mercado Internacional de Rungis


Na segunda metade do século XIX, o célebre escritor francês Emile Zola imortalizava em sua obra « O ventre de Paris » o então recém inaugurado mercado « les Halles ». Instalado no coração da capital francesa, onde hoje se situa o turístico quartier des Halles, o mercado foi durante mais de um século a principal artéria de Paris. Em 1962, o então presidente da Républica Francesa, o General Charles de Gaulle, decide transferir o les Halles para a periferia da cidade. Sete anos mais tarde, é inaugurado o mercado internacional de Rungis, o maior mercado de produtos frescos do mundo.

Rungis é uma verdadeira cidade. Instalado a cerca de 10 km ao sul de Paris, em uma superfície de 232 hectares, o mercado tem mais de 720 mil m2 de pavilhões recheados de frutas, verduras, peixes, mariscos, carnes, aves, flores e laticínios. Os produtos comercializados em Rungis abastecem 18 milhões de consumidores europeus, sendo 12 milhões somente na França. Mais de 50% dos produtos bovinos, derivados da carne, do mar e de água doce consumidos na regiao parisiense saem de Rungis.

Com tanto espaço, o que não poderia faltar é variedade. Somente no pavilhão de laticínios, são mais de 400 tipos de queijos, sem contar toda uma gama de derivados do leite, incluindo as deliciosas manteigas feitas com o famoso sal de Guerande, na Bretanha. Os pavilhões da carne não são, definitivamente, recomendados a vegetarianos. Corredores e mais corredores de onde pendem peças inteiras de cordeiro, costelas de boi, pernas de carneiro ou cabeças de vitela. Sem falar nos nove pavilhoes destinados às frutas e verduras, outros onze às flores e um enorme galpao para os produtos do mar. Além dos alimentos tipicos da gastronomia francesa, o Rungis também conta com uma suculenta oferta internacional. Durante o inverno, 60% dos produtos comercializados são importados, a grande maioria da África e América do Sul .

Apesar de reservado aos profissionais do setor, o mercado de Rungis também é aberto ao público e pode ser visitado por particulares. Basta disposição e muita coragem para acordar cedo, muito cedo. O melhor horário para visitar o Rungis é entre 5h e 7h da manhã, quando os clientes vêm escolher os produtos que serão, mais tarde, vendidos aos consumidores nos bares, restaurantes, cafés e supermercados na França e na Europa. E para quem pensa que pechinchar nao é coisa de francês, basta passar um dia em Rungis para mudar de idéia. Nenhum preço é fixado antes. O principio é que o consumidor negocie sempre o valor das mercadorias com os vendedores.