Monday, January 02, 2006

O Ventre de Paris

Pavilhao das carnes - Mercado Internacional de Rungis


Na segunda metade do século XIX, o célebre escritor francês Emile Zola imortalizava em sua obra « O ventre de Paris » o então recém inaugurado mercado « les Halles ». Instalado no coração da capital francesa, onde hoje se situa o turístico quartier des Halles, o mercado foi durante mais de um século a principal artéria de Paris. Em 1962, o então presidente da Républica Francesa, o General Charles de Gaulle, decide transferir o les Halles para a periferia da cidade. Sete anos mais tarde, é inaugurado o mercado internacional de Rungis, o maior mercado de produtos frescos do mundo.

Rungis é uma verdadeira cidade. Instalado a cerca de 10 km ao sul de Paris, em uma superfície de 232 hectares, o mercado tem mais de 720 mil m2 de pavilhões recheados de frutas, verduras, peixes, mariscos, carnes, aves, flores e laticínios. Os produtos comercializados em Rungis abastecem 18 milhões de consumidores europeus, sendo 12 milhões somente na França. Mais de 50% dos produtos bovinos, derivados da carne, do mar e de água doce consumidos na regiao parisiense saem de Rungis.

Com tanto espaço, o que não poderia faltar é variedade. Somente no pavilhão de laticínios, são mais de 400 tipos de queijos, sem contar toda uma gama de derivados do leite, incluindo as deliciosas manteigas feitas com o famoso sal de Guerande, na Bretanha. Os pavilhões da carne não são, definitivamente, recomendados a vegetarianos. Corredores e mais corredores de onde pendem peças inteiras de cordeiro, costelas de boi, pernas de carneiro ou cabeças de vitela. Sem falar nos nove pavilhoes destinados às frutas e verduras, outros onze às flores e um enorme galpao para os produtos do mar. Além dos alimentos tipicos da gastronomia francesa, o Rungis também conta com uma suculenta oferta internacional. Durante o inverno, 60% dos produtos comercializados são importados, a grande maioria da África e América do Sul .

Apesar de reservado aos profissionais do setor, o mercado de Rungis também é aberto ao público e pode ser visitado por particulares. Basta disposição e muita coragem para acordar cedo, muito cedo. O melhor horário para visitar o Rungis é entre 5h e 7h da manhã, quando os clientes vêm escolher os produtos que serão, mais tarde, vendidos aos consumidores nos bares, restaurantes, cafés e supermercados na França e na Europa. E para quem pensa que pechinchar nao é coisa de francês, basta passar um dia em Rungis para mudar de idéia. Nenhum preço é fixado antes. O principio é que o consumidor negocie sempre o valor das mercadorias com os vendedores.

1 comment:

RUY MONTENEGRO said...

OLa Carolina, achei sua materia, li e apesar de remotissimas chances de usufruir aprendi um pouco dai! Tomei a liberdade de escrever e achei as dicas super importantes pra quem quiser aproveitar bem Paris e regiao!Parabens pelo trabalho e sucesso! Cordial abraço!! RUY